ANUNCIAMOS O EVANGELHO DA VIDA
PARA QUE NENHUM NENHUM ABORTO
SEJA NATALIZADO
Alguns jornais de província e provincianos, a cheirar a incenso e húmidos de água-benta, caem, com ingenuidade ou manha, no sacrilégio de aproximar o nascimento de Jesus do embrião, que não tem mais que um ADN, com um código de virtual ser humano, que não será tal, se o vier a ser, antes das dez ou doze primeiras semanas de gestação, como ensinam Aristóteles, Santo Agostinho e São Tomás de Aquino.
No Natal celebramos, os católicos, o nascimento de um menino escorreito e belo – um Deus-Menino, amado por seus pais, bafejado por animais pacíficos e adorado pelos pastores. No presépio não começa a vida. No presépio nasce a vida em plenitude. No embrião, sim, começa a vida, que poderá vir a ser humana, quando o seu desenvolvimento, lento e incerto, atingir, estruturas físicas adequadas para receber a alma, criada, então, por Deus. A-i, começa o ser humano, aos quarenta-oitenta dias de gestação, que tem ainda um longo caminho para andar, até chegar à estatura do Deus-Menino.
Dizem-nos os teólogos de “escola” que não podemos impedir que alguém tenha acesso à vida. Segundo o teólogo, há alguém que quer entrar na vida e há quem o pode impedir. Mas, quem é esse alguém? Donde vem ele? Entrar na vida? Mas, que vida? A “bios”, a “psikè”, a “zoè”?
Dramaticamente, o teólogo grita, neste tempo em que se pretende matar a vida. Perguntamos, de novo: que vida? Assim, tout court, a vida nunca morre, a vida humana é eterna (Jo 12, 25).
O teólogo cita autoridades que nós também respeitamos. Porém, respeitamos outras que ele também devia respeitar. Santo Agostinho afirma que a alma não pode viver num corpo que ainda não tem forma. Por isso, neste caso nunca pode haver assassinato (Locutiones de Êxodo, 21.80). E São Jerónimo é ainda mais explícito: «O sémen vai tomando forma, pouco a pouco, no útero materno e a sua destruição não pode considerar-se como assassinato, antes de cada um dos elementos adquirir a sua forma exterior e os seus membros» (Epíst. 121,4). E estes são os verdadeiros Pais da teologia.
O nosso acordo é total, quanto ao direito de cada um expor as suas ideias. Mas pedimos ao teólogo e ao cidadão padre: enuncie a sua tese, explane as noções dos termos contidos na tese: se puder, indique os seus adversários, exponha, a seguir a doutrina da Igreja; indique o sua grau dogmática; e, finalmente, apresente as provas da Escritura, da Tradição e da Razão. Pode, ainda, tirar os seus corolários, Fora disto, convenhamos, nada passa de palavras ocas.
Augusto Montemuro
PARA QUE NENHUM NENHUM ABORTO
SEJA NATALIZADO
Alguns jornais de província e provincianos, a cheirar a incenso e húmidos de água-benta, caem, com ingenuidade ou manha, no sacrilégio de aproximar o nascimento de Jesus do embrião, que não tem mais que um ADN, com um código de virtual ser humano, que não será tal, se o vier a ser, antes das dez ou doze primeiras semanas de gestação, como ensinam Aristóteles, Santo Agostinho e São Tomás de Aquino.
No Natal celebramos, os católicos, o nascimento de um menino escorreito e belo – um Deus-Menino, amado por seus pais, bafejado por animais pacíficos e adorado pelos pastores. No presépio não começa a vida. No presépio nasce a vida em plenitude. No embrião, sim, começa a vida, que poderá vir a ser humana, quando o seu desenvolvimento, lento e incerto, atingir, estruturas físicas adequadas para receber a alma, criada, então, por Deus. A-i, começa o ser humano, aos quarenta-oitenta dias de gestação, que tem ainda um longo caminho para andar, até chegar à estatura do Deus-Menino.
Dizem-nos os teólogos de “escola” que não podemos impedir que alguém tenha acesso à vida. Segundo o teólogo, há alguém que quer entrar na vida e há quem o pode impedir. Mas, quem é esse alguém? Donde vem ele? Entrar na vida? Mas, que vida? A “bios”, a “psikè”, a “zoè”?
Dramaticamente, o teólogo grita, neste tempo em que se pretende matar a vida. Perguntamos, de novo: que vida? Assim, tout court, a vida nunca morre, a vida humana é eterna (Jo 12, 25).
O teólogo cita autoridades que nós também respeitamos. Porém, respeitamos outras que ele também devia respeitar. Santo Agostinho afirma que a alma não pode viver num corpo que ainda não tem forma. Por isso, neste caso nunca pode haver assassinato (Locutiones de Êxodo, 21.80). E São Jerónimo é ainda mais explícito: «O sémen vai tomando forma, pouco a pouco, no útero materno e a sua destruição não pode considerar-se como assassinato, antes de cada um dos elementos adquirir a sua forma exterior e os seus membros» (Epíst. 121,4). E estes são os verdadeiros Pais da teologia.
O nosso acordo é total, quanto ao direito de cada um expor as suas ideias. Mas pedimos ao teólogo e ao cidadão padre: enuncie a sua tese, explane as noções dos termos contidos na tese: se puder, indique os seus adversários, exponha, a seguir a doutrina da Igreja; indique o sua grau dogmática; e, finalmente, apresente as provas da Escritura, da Tradição e da Razão. Pode, ainda, tirar os seus corolários, Fora disto, convenhamos, nada passa de palavras ocas.
Augusto Montemuro