terça-feira, fevereiro 06, 2007

O FILHO QUE NÃO QUIS

No nosso jardim havia
só espinhos e não fores.
Como podia haver frutos
em terra de tantas dores?

Nas résteas de primavera
do nosso abraço amoroso
não podia haver o fruto
que, antes, dera o nosso gozo.

Não eras filho de amor,
nem de desejo e vontade,
não podias ter os braços
de nascidos, de verdade.

Nem nunca foste esperança,
um quase-nada de vida...
É melhor não vir a ser,
do que existência dorida.